As plataformas tecnológicas para Analytics e BI (ABI) atendem a praticamente todas as exigências dos sistemas gerenciais. Por que então boa parte dos projetos são considerados “frustrantes” ou “razoáveis”?
Os projetos precisam ter mais ênfase em fatores que transcendem às tecnologias. A fase em que elas eram o diferencial definitivo já passou. Não existe ABI sem uma interação sinérgica entre pessoas, dados, processos e tecnologias e – principalmente – sem que ocorra o uso das informações para as tomadas de decisão.
Certamente boa parte da frustração se deve a fatores não tecnológicos, partindo das próprias expectativas iniciais, passando por falhas de gerenciamento, formação de equipes inadequadas e ausência de diretrizes e parâmetros de coordenação e avaliação.
É imprescindível agir na cultura das organizações e, principalmente, em como engajar as pessoas certas nestes projetos, com foco em suas atividades, colocando as tecnologias a serviço dos gestores.
Para eles devem ser oportunizadas ações de “alfabetização de dados” (“literacy”) e para a disseminação de conhecimentos dos dados e suas análises (“leverage”), sempre considerando as características e o estágio informacional de cada um e das suas áreas de atuação.
É essencial que os gestores e suas equipes participem ativamente da concepção, desenvolvimento, aprovação e aperfeiçoamentos dos projetos.
Por outro lado, também se deve conscientizar aos especialistas em TI da importância da empatia com os demais profissionais. Os gestores precisam de apoio, de recursos cada vez mais intuitivos e autonomia adequada (o que não significa total).
Também devem compreender a absoluta necessidade de participação ativa de todos para que os objetivos fiquem claros e os projetos sejam tão efetivos quanto possível.
Não tem mágica, os avanços das tecnologias as tornaram assemelhadas e, de certa forma, ultrapassaram a capacidade de utilização prática. A efetividade e a diferenciação agora acontecem com o uso adequado dos recursos por parte das pessoas e alinhadas com objetivos estratégicos e com as diretrizes táticas e de apoio operacional.
Neste sentido, a estratégia para ABI incluindo a governança do ambiente fazem toda a diferença - controlar o que é indispensável e dar a máxima autonomia e liberdade (e responsabilidade) para que o maior número de colaboradores - de todos os níveis - sejam parte ativa dos sistemas. Em outras palavras, ter uma “política” com diretrizes fundamentais contemplando todos os aspectos envolvidos – e são muitos.
Sem uma estratégia clara, ajustável, comunicada e com engajamento não há como esperar melhores resultados. Não importa quanto de esforços táticos, operacionais ou tecnológicos sejam aplicados, não há como corrigir satisfatoriamente falhas estratégicas.
Deve-se atuar com presteza mas sem prescindir de planejar, organizar, coordenar e controlar – que, aliás, são os princípios fundamentais da administração de qualquer coisa.
É indispensável um planejamento, flexível e adaptativo que sirva de referência para as atividades envolvendo ABI e a evolução da cultura analítica, um componente da transformação digital e importante para o presente e futuro das organizações.
escrito por Hermes Freitas
Comentarios