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Choques entre Inovação e Conservadorismo

Um cenário desastroso é observar o choque das possibilidades inovadoras com estruturas conservadoras. São muitas as causas deste cenário e bem mais complexas do que possa parecer.


Desastroso é o choque e não o conservadorismo ou os agentes inovadores.



É ingenuidade pensar que tudo possa ou deva ser reestruturado em um passe de mágica, como também o é desconhecer que mudanças são uma das poucas constantes. Como disse Leon Eliachar:


“A única coisa que realmente acontece da noite para o dia é a madrugada”.

A questão fundamental é minimizar os choques e os desgastes decorrentes dos atritos evitáveis e aproveitar as energias das inovações e das forças dos modelos existentes e gerar resultantes positivas.


Normalmente se imagina que a maioria dos profissionais de tecnologias são inovadores e que gestores tendem a ser conservadores. Pode ser. Pode não ser.


Mas observamos que muitos profissionais de tecnologia são inovadores, mas por tecnologias, o que não, necessariamente, implica na capacidade de realizar inovações empresariais. Não raramente se pergunta a especialistas sobre características básicas de suas empresas e eles não as conhecem.


Por outro lado, gestores têm a difícil tarefa de manter a empresa viva cuidando dos seus inúmeros componentes: financeiro, comercial, industrial, patrimonial, marketing, recursos humanos, planejamento tributário, concorrência internacional e nacional, a própria TI etc. e tal. Eles precisam manter o carro andando e, ao mesmo tempo, são literalmente obrigados a fazer manutenções, ajustes e reestruturações com o carro acelerando cada vez mais e o tráfego se intensificando.


Verdade que há gestores e especialistas em TI que se preocupam muito mais com eles próprios e com suas carreiras do que com qualquer outra coisa. Neste caso ambos são prejudiciais às organizações a que pertençam.


Muitas considerações podem ser feitas sobre esta questão de alinhar a necessidade de manter as operações e – simultaneamente – inovar. Mas sejam quais forem as soluções, elas passam por um ambiente colaborativo, espírito de equipe, ampliação dos conhecimentos, equipes multidisciplinares e uma visão compartilhada para ações estratégicas, táticas e operacionais.

Também passa por respeito a tudo o que já foi construído, assim como pelas possibilidades e necessidades de inovações.


Deve-se evitar que as organizações fiquem correndo atrás das tecnologias mas que sejam impulsionadas por elas.


As startups, as fusões e aquisições, outros acordos empresariais, por vezes mais foco, por vezes mais diversificação, etc., são algumas das alternativas que o mercado está encontrando.

Para completar, tudo isto ainda está inserido em um ambiente governamental geralmente conservador (independentemente de orientação política e país) e em um mundo balançado, todos os dias, por crises de diversos tipos.


Os desafios estão aí para líderes de todos os níveis que têm força, inteligência, bom senso e conhecimentos para se manterem equilibrados e analisar com a profundidade correta o que está acontecendo – evitando modismos de novidades vazias e também a resistência ininteligente às mudanças saudáveis.


O nome disso é gestão efetiva. Sempre foi.

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